domingo, 10 de novembro de 2013

Significado x Significante





Para Saussure, o signo linguístico se compõe de duas faces básicas: a do significado – relativo ao conceito, isto é, à imagem acústica, e a do significante – caracterizado pela realização material de tal conceito, por meio dos fonemas e letras. Falando em signo, torna-se relevante dizer acerca do caráter arbitrário que o nutre, pois, sob a visão saussuriana, nada existe no conceito que o leve a ser denominado pela sequência de fonemas, como é o caso da palavra casa, por exemplo, e de tantas outras. Fato esses que bem se comprova pelas diferenças existentes entre as línguas, visto que um mesmo significado é representado por significantes distintos, como é ocaso da palavra cachorro (em português); dog (inglês); perro (espanhol); chien (francês) e cane (italiano). 

Sincronia X Diacronia

Saussure, por meio dessa relação dicotômica retratou a existência de uma visão sincrônica – o estudo descritivo da linguística em contraste à visão diacrônica - estudo da linguística histórica, materializado pela mudança dos signos ao longo do tempo. Tal afirmação, dita em outras palavras, trata-se de um estudo da linguagem a partir de um dado ponto do tempo (visão sincrônica), levando-se em consideração as transformações decorridas mediante as sucessões históricas (visão diacrônica), como é o caso da palavra vosmecê, você, ocê, cê, vc...

sábado, 9 de novembro de 2013

Langue x Parole

Competência x Desempenho

Os conceitos de língua e fala são a segunda dicotomia do linguista suíço. Para Saussure, a oposição desses dois conceitos se deve ao fato de a língua ser uma construção coletiva, enquanto a fala é uma propriedade individual. A primeira é definida como sistemática, enquanto a segunda como assistemática. Aí reside um fato interessante: a língua sendo um sistema, abre-se toda uma miríade de possibilidades analíticas, visto que sistema pressupõe inter-relação absoluta entre tudo na língua, justamente por um ponto se definir apenas pela existência dos outros. A importância desse conceito é o fato de que Saussure, através dele, estabelece o objeto de estudo da linguística, ao afirmar que esta deve se preocupar apenas com a língua. Através dessa dicotomia chega-se à próxima, que, apesar de simples a primeira vista, possibilita novos entendimentos sobre muitos fatos. O primeiro deles é sobre a própria língua, que antes sendo vista como um catálogo de nomenclaturas, passa a ter uma relação que foge a essa entre "palavras" e "coisas", partindo para uma entre "imagens acústicas" e "conceitos". A dicotomia Significado versus Significante redefine a língua e a emancipa. Significante e significado, juntos, formam um signo, cujo estudo denominou-se "semiologia".

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Sintagma e Paradigma

A linguagem se constrói por meio de dois eixos: paradigma e sintagma. O paradigma é o eixo vertical das escolhas (o eixo por meio do qual eu escolho sempre a próxima palavra que constituirá o meu discurso). O sintagma é o eixo horizontal do discurso (fala), as múltiplas possibilidades de combinação das palavras em frases.
O eixo do sintagma corresponde à "materialização" do meu pensamento, ou seja, eu escolho as palavras no eixo do paradigma para, então, construir a minha fala (sintagma).


Paródia da Música Entre Tapas e Beijos do cantor Leonardo

Perguntaram pra mim
Quem era o Saussure
respondi pai da linguística
moderna, enfim

Aqui vai um exemplo
De uma dicotomia
Ele descreveu quatro
nosso grupo vai mostrar sintagma e paradigma

Parece música de cursinho
Mas a intenção foi bem séria
Saussure tá orgulhoso
A gente fez a música e entendeu a matéria


CORO

Sintagma e paradigma
são essenciais
Na construção de um discurso
Paradigma se baseia
na escolha dos signos
linguísticos

Sintagma é importante
se forma pela
combinação desses signos
Isso vai cair na prova
Vamos estudar
e ganhar um 10 do Adilson

II

Sintagma é formado
linearmente pelo signo e Se
digo vassoura em uma frase
não posso repetir pois não fará sentido.

Paradigma constitui
as milhões de palavras
na nuvem de nossa mente:
semelhantes, sinônimas ou associadas

Parece música de cursinho
Mas a intenção foi bem séria
Saussure tá orgulhoso
A gente fez a música e entendeu a matéria


Post enviado pela integrante do grupo, Marcela Bium.

A doutrina de Saussure

 
 
Os ensinamentos de Saussure teve repercussões  incríveis na época da primeira publicação (Editora Vozes) do Curso de Linguística Geral no ano de 1916, consagrando o autor com sua obra póstuma e o reconhecimento do meio universitário, considerando o como fundador da linguística científica.
Podemos classificá-la como rica e geralmente complexa, nem sempre especificamente direcionada ao  aluno recém saído do vestibular, que jamais ouvira falar de Ferdinand Saussure e, mais grave, não tendo conhecimento da linguagem de natureza técnico-científica. Uma das características do caráter metodológico de Saussure está na sua personalidade perfeccionista. Para ele, era preciso primeiramente colocar em ordem os estudos linguísticos. Para que suas teorias fossem postuladas com perfeição científica, exigiu se um trabalhar metodológico preliminar. Não havia uma terminologia adequada e objetiva de alcance universal, como sabemos, só há ciência universal. Os linguistas tratavam as coisas diferentes com nomes iguais. O Termo língua não era determinado com o mesmo sentido para todos os linguistas,  alguns já tinham a visão da linguística como conotação diversificada.
Saussure precisava de uma nova linguagem para expressar suas ideias e concepções. Segundo Saussure, a linguística nunca teria se preocupado em determinar a natureza da língua que é o foco do estudo e, sem este requisito uma ciência é incapaz de estabelecer um método para si própria.

terça-feira, 5 de novembro de 2013

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Estruturalismo saussureano

Aponta-se como marco do Estruturalismo saussureano o lançamento póstumo do livro Curso de linguística geral, de Saussure, publicado em 1916. A  existência da referida obra se deu graças à contribuição de três de seus discípulos, a partir de 
rascunhos feitos nas aulas do mestre genebrino. 
Nos anos de 1960, na França, “viveu-se o apogeu da Linguística: ela teria sido a ‘ciência piloto’ entre as ciências humanas e oferecido para essas últimas um modelo de cientificidade” (PIOVEZANI, 2008, p. 17). As ideias do princípio estrutural de Saussure estiveram presentes em várias áreas das ciências humanas, como na Antropologia, História, 
Psicanálise, Sociologia, etc. Por esse motivo, pode-se dizer que existem “estruturalismos”, e não apenas o Estruturalismo saussureano. 
Uma preocupação marcante de Saussure foi estabelecer uma nomenclatura que pudesse melhor e descrever os fatos da língua. Surgem, então, as dicotomias saussureanas,como descritas acima. 
Com a afirmação de que “a língua é uma forma e não uma substância” (SAUSSURE, 1973, p. 141), Saussure estabelece que a língua seria vista como forma, e a fala, como uma 
substância. Assim, a forma deve ser compreendida como essência, e a substância como circunstancial. 
O Estruturalismo saussureano está ligado ao formalismo por ver a língua em sua forma, como objeto descontextualizado. Com essa metodologia, a língua passa a ser pensada como sistema de signos, e a fala fica excluída dos estudos científicos da linguagem. 

Implicações das dicotomias nas correntes linguísticas 
Não há como negar que Ferdinand de Saussure alterou o quadro geral dos estudos linguísticos. Suas dicotomias, definindo nomenclaturas e métodos de investigação, trouxeram 
consequências profundas à linguística. 
Se, por um lado, a opção pela língua, em detrimento da fala, foi frequentemente concebida como a condição necessária para a construção de uma ciência autônoma, por outro, 
considerou-se que o corte saussureano excluía as unidades transfrásticas, as variedades linguísticas, o texto, as condições de produção, a história, o sujeito e o sentido. 
Para analisar as condições sócio-históricas do uso da língua, ou seja, o discurso, seria preciso romper com a “linguística da língua” e, ao mesmo tempo, problematizar a noção de 
“fala”. Definitivamente, o legado de Saussure gerou muita polêmica. Não é à toa que o mestre genebrino é considerado “herói” e ao mesmo tempo “vilão” por muitas teorias 
contemporâneas.

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Biografia

Filho de uma família abastada, Ferdinand de Saussure estudou desde cedo inglês, grego, alemão, francês e sânscrito. Com o objetivo de continuar a tradição científica de sua família, em 1875, estudou física e química na Universidade de Genebra. Em 1877, aos 21 anos, Ferdinand de Saussure publicou o livro "Memória sobre as Vogais Indo-Européias".

Três anos depois o estudioso defendeu sua tese de doutorado, "Sobre o Emprego do Genitivo Absoluto em Sânscrito". Em 1881, Ferdinand de Saussure assumiu a cátedra de linguística comparada na Escola de Altos Estudos de Paris. Em 1886 tornou-se membro da Sociedade Lingüística de Paris e no ano seguinte foi para Leipzig, na Alemanha, completar seus estudos.


Transferiu-se em 1891 para a Universidade de Genebra, lecionando lingüística indo-européia e sânscrito até 1906, quando passou a professor titular de linguística. Saussure foi professor na Universidade de Genebra até sua morte, aos 55 anos.


Seus discípulos Charles Bally e Albert Sechehaye organizaram as anotações dos alunos de Saussure realizadas durante seus cursos universitários. Em 1915 foi publicado o já mencionado "Curso de Linguística Geral", considerado a obra fundadora da linguística moderna.


http://educacao.uol.com.br/biografias/ferdinand-de-saussure.jhtm